quarta-feira, 25 de abril de 2007

Linchamentos no Brasil: um trabalho de Jacqueline Sinhoretto

A socióloga brasileira Jacqueline Sinhoretto (vide mais abaixo) investigou e escreveu sobre linchamentos no Brasil. Ela virá a Moçambique, em data a indicar oportunamente, para participar com os investigadores da nossa unidade num debate sobre o tema, com base nos resultados de uma pesquisa que realizamos. Importe aqui a sua tese de mestrado.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Pesquisa sobre linchamentos da UDS: socióloga brasileira virá a Maputo

A convite do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane e para participar quer na divulgação dos resultados da pesquisa em curso - por mim dirigida - sobre linchamentos na periferia da cidade de Maputo a cargo da nossa Unidade de Diagnóstico Social, quer no estudo de uma eventual publicação conjunta tomando também em conta a realidade brasileira, virá a Maputo, em data oportunamente a indicar, a socióloga brasileira Jacqueline Sinhoretto, que já estudou linchamentos em bairros de periferia de grandes cidades do Estado de São Paulo e trabalha actualmente no Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.

segunda-feira, 9 de abril de 2007

Jornalista das Nações Unidas descreve trabalho do CEA sobre linchamentos



O jornalista David Morton do UN Office for the Coordination of Humanitarian Affairs escreveu sobre a investigação que a Unidade de Diagnóstico Social do Centro de Estudos Africanos faz, tendo como tema os linchamentos em Maputo. Confira aqui. Mas também aqui.
A grande hipótese dessa pesquisa, hipótese provocante, é a seguinte: os linchamentos não são uma manifestação de desordem, mas um protesto contra ela.
Carlos Serra

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Linchamentos: ponto de situação


Como é habitual às quarta-feiras, a equipa da UDS esteve reunida, prosseguindo o seu trabalho de pesquisa sobre linchamentos na periferia da cidade de Maputo.
A nossa hipótese de trabalho é a seguinte: os linchamentos não são uma manifestação de desordem, mas, antes, um protesto contra ela.
Entretanto, após a discussão de uma segunda versão de um trabalho preliminar feito por Teles Huo e Valerito Pachinuapa, surgiu o reparo de que os linchamentos não são específicos da cidade de Maputo.
Com efeito, existe o registo de casos rurais.
Por exemplo, entre Junho de 2002 e Maio de 2003 sete leões provocaram pânico generalizado durante vários meses no distrito de Muidumbe, província de Cabo Delgado, com uma população de cerca de 63.000 pessoas. Comeram 46 pessoas e feriram outras seis. Impotentes, habitantes enfurecidos deram então curso à catarse, espécie de rito de purificação social total, linchando 18 dos seus compatriotas, acusados de participarem no comando dos leões.
Por outro lado, entre 2001 e 2002, moradores dos bairros costeiros de Nampula acreditaram que o Governo os estava a matar introduzindo deliberadamente a cólera através do cloro. Esta crença também deu origem a convulsões sociais e a linchamentos.
Assim, ainda que mantendo a linha central de pesquisa (linchamentos na periferia da cidade de Maputo), a nossa eqauipa vai tomar em consideração os linchamentos a que chamaremos, por agora, rurais.
Carlos Serra

terça-feira, 3 de abril de 2007

Morosidade

Morosidade no registo dos funcionários da função pública: algumas questões para análise

Por Patrícia Cuamba

No ano passado foi criada a Autoridade Nacional da Função Pública. Na sua primeira intervenção, a Autoridade desenhou e efectivou o recenseamento para os funcionários da função pública, o qual se iniciou a 5 com término previsto para 31 de Março corrente. Prazo que viria ser prorrogado por mais trinta dias em virtude de não ter sido possível cobrir o processo com todos os funcionários.
Uma prorrogação de trinta dias mostra claramente que o projecto não foi bem estudado e ensaiado, quero dizer alguns pormenores de relevância não foram observados em profundidade de modo a prever e a proporcionar uma exequibilidade plena.
Eis questões a colocar:
1. No acto do desenho do projecto foi feito um estudo sobre quantos funcionários da função pública que por aproximação seriam abrangidos no processo?
2. Foi feita uma simulação deste recenseamento, para perceber até que ponto se poderia cobrir com o recenseamento dentro dos prazos previstos?
3. Quanto tempo um funcionário da ANFP[1] iria precisar para registar um só funcionário?
4. Quantos funcionários públicos seriam recenseados por um só técnico da ANFP?
5. Foi elaborado um estudo sobre a eficiência do equipamento e dos programas a usar no processo?
6. A selecção do pessoal técnico teve em conta o conhecimento, o domínio e a flexibilidade no uso do programa e das tecnologias?
As questões acima colocadas foram suscitadas pela enorme e aborrecida demora do processo. Acontece que um funcionário da função pública precisa em média de sete horas para ser registado, contabilizando o tempo de espera.
Este tempo corresponde a um dia de trabalho, que o funcionário perde de pé ou sentado no corredor sito no terceiro andar do CPD[2]. Por vezes informa-se que o “sistema foi abaixo, ou veio acima” enfim, é uma espera demorada.
Outros procedimentos técnicos e flexíveis não poderiam ter sido adoptados? Os técnicos de informática de sistema não foram parte integrante do desenho do projecto, de modo que tivessem sugerido melhores procedimentos e técnicas?
A terminar vou referir uma questão colocada por um cidadão à Comissária da ANFP, na manhã de 29 de Março, às 7:30h, na Rádio Moçambique. Eis a questão: a minha instituição conta com 700 funcionários, será possível proceder-se ao registo deste número num único dia?
Enfim eis o dilema do bem-vindo processo de recenseamento.

[1] ANFP Autoridade Nacional da Função Pública
[2] CPD – Centro de Processamento de Dados